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Mitos e verdades sobre aplicação com espuma
Os mitos e verdades no tratamento de varizes com espuma.
Esta forma de tratamento tem sido manchete por parecer uma forma “mágica” de tratar as varizes. Como todo método de tratamento possui indicações riscos e benefícios.
A exposição na mídia desta forma de tratamento leva muitos pacientes a preferir a espuma á outras técnicas de aplicação ou ainda a cirurgia.
Aqui vamos explicar o método, a sua indicação e também suas limitações.
Como é feito ?
O tratamento é realizado através da punção da veia doente (geralmente a safena interna) e injeção de um agente esclerosante líquido (polidocanol) preparado sob a forma de espuma (mistura do líquido com ar).
A substância esclerosante tem como objetivo bloquear a passagem de sangue no local. O volume a ser injetado e sua velocidade são controlados através da realização do EcoDoppler venoso durante o procedimento para que se possa visualizar a progressão da espuma pela veia.
Qual é a diferença para a aplicação convencional?
Na aplicação convencional, o agente esclerosante é injetado na forma líquida. Para que o agente provoque o efeito desejado, ele precisa de um tempo em contato com a parede interna da veia doente. Em veias de maior calibre, como a safena interna, a forma líquida não permitindo a ação desejada. A vantagem da preparação em espuma é que ela circula mais lentamente em vasos de grande calibre, obtendo-se assim o melhor resultado.
Quais são as vantagens desta forma de tratamento?
A principal vantagem deste método é a possibilidade de tratamento no consultório sem a necessidade de internação hospitalar. É um tratamento praticamente indolor que dispensa a realização de anestesia ou sedação.
Não há necessidade de repouso prolongado, o paciente realiza o tratamento e segue suas atividades normalmente.
Quais são as principais desvantagens?
A principal desvantagem deste método é ocorrência de flebites e tromboses. As flebites são muito comuns nos vasos que receberam a espuma podendo levar a endurecimento e dor local. Estes sintomas tendem a melhorar em algumas semanas.
Outra consequência muito indesejada destas flebites é o surgimento de manchas escuras na pele. Com o tempo, estas manchas podem regredir completamente ou deixar algumas áreas acastanhadas.
Há risco de trombose com esse método ?
Sim, este risco existe, porém é muito raro. Além disso algumas medidas são tomadas para evitar a trombose.
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Então quem são os pacientes candidatos a este método de tratamento?
Aqueles que apresentam sintomas graves de varizes e que não se importam com o resultado estético do tratamento.
Pacientes portadores de úlceras venosas e idosos que desejam realizar tratamento mais rápido e menos invasivo.
Para quem não pode se ausentar do trabalho por longos períodos, este tratamento também é o mais indicado, pois possui um curto período de recuperação, além do custo total ser bem menor em relação aos métodos que exigem a internação hospitalar.
Há risco do tratamento não surtir efeito?
Sim, cerca de 10 % dos pacientes não há obstrução do vaso, sendo necessário nova esclerose ou ainda a possibilidade de realizar cirurgia.
A Aplicação é realmente “mágica“?
Lembre-se não existe “mágica” nem “borracha” para apagar as varizes, existem diversas formas de tratamento, riscos e benefícios para cada paciente. Em geral o que se realiza é uma atenção global aos vasos e ainda um misto de técnicas dependendo do tamanho, localização e número de vasos.
Quem pode realizar esse tratamento?
Apenas o cirurgião vascular está habilitado para realizar este tipo de tratamento. Pois há necessidade de avaliar o sistema venoso superficial e profundo e ainda acompanhar a aplicação com o ultrassom ( ecodoppler).