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“DRA, EU TENHO VARIZES, QUAL O RISCO DE TER TROMBOSE?“

Essa é uma dúvida muito comum, diariamente me deparo com essa pergunta. Mas qual o risco real de uma pessoa portadora de Varizes ter Trombose?
Para entender, vamos iniciar relembrando o que são as Varizes: veias tortuosas e dilatadas de forma permanente, levando a alterações de funcionamento da circulação, podendo causar sintomas. 
 
E o que é a Trombose? São coágulos que se formam no interior das veias dos membros inferiores, na grande maioria dos casos. Quando ocorre no sistema venoso profundo, chama-se Trombose Venosa Profunda e leva a dor e inchaço na perna de início súbito. Quando ocorre no sistema venoso superficial e nas veias varicosas chama-se Trombose Venosa Superficial ou Tromboflebite. Pacientes com tromboflebite tem dor e inchaço na perna associado a cordão avermelhado e doloroso onde o trombo se forma, tais pacientes possuem risco de 30 a 40% de desenvolver Trombose venosa profunda em associado. 
 
Tromboflebite, varicorragia ( varizes que sangram) e úlceras de perna são complicações das Varizes de membros inferiores. 
As varizes são apenas uma fator de risco para desenvolver a Trombose Venosa Profunda, e como fator  isolado, tem baixa frequência. 
Quanto maior o número de fatores de risco para o Tromboembolismo venoso, maiores as chances da pessoa desenvolver trombose. Vejamos algumas situações : 
 
RISCO APROXIMADO DE TVP EM PACIENTES HOSPITALIZADOS*
 

Tipo de paciente

Prevalência de TVP %

Paciente clínico

10-20 %

Cirurgia geral

15-40 %

Grandes cirurgias ginecológicas

15-40%

Grandes cirurgias urológicas

15-40 %

Neurocirurgia

15-40%

Acidente vascular cerebral

20-50%

Artroplastia de joelho ou quadril

40-60%

Cirurgia de fratura de quadril

40-60 %

Grandes traumas

40-80 %

Lesão de medula espinhal

60-80%

Pacientes internados em UTI

10-80 %

 
* Índices baseados em exames diagnósticos objetivos em pacientes com TVP assintomática sem o uso de tromboprofilaxia.
(II Diretriz de Avaliação Perioperatória da Sociedade Brasileira de Cardiologia (ArqBrasCardiol 2011; 96(3 supl.1): 1-68, pag 28). 
 
Ainda baseados em diversas literaturas médicas, podemos inferir :
a. Em pacientes com uso de contraceptivos hormonais – 1,6 a 7,2 %
b. Em pacientes politraumatizados – 15 %
c. Espontânea -8 %
d. Após cirurgia convencional de varizes – 0,5% a 5 %
e. Após cirurgia de varizes com radiofrequência – 16%
f. Após cirurgia com uso de endolaser – 8%
g. Após escleroterapia com espuma – 1 a 3 % 
h. Após quadro de tromboflebite – 3 a 33% 
i. Abdominoplastia ( cirurgia plástica ) – 6.6%
j. Lipoaspiração – 9,4%
 
Podemos concluir que a cirurgia convencional de varizes possui risco inferior ás modernas técnicas de tratamento. 
Lembrando que 10 a 20 % dos casos de TVP evoluem para Tromboembolismo pulmonar. 
 
Podemos concluir, portanto que a presença de Varizes é fator de risco para Trombose Venosa Profunda, mas devemos avaliar cada caso em especial, pois cada pessoa possui fatores de risco diversos. 
 
 
 

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